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A mostrar mensagens de dezembro, 2021

A Visita... Autobiografia

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Hoje, como tantas outras vezes, fiz-te uma visita  E, como tantas outras vezes, não estavas Insisto neste desejo, estar aqui, ao pé de ti Mas, como tantas outras vezes, fico só aqui A olhar para a porta, a aguardar que a abras E, aí sim, corro logo para teus braços  Sei que nunca mais irá ser assim, contigo aqui Duvido da minha capacidade mental  Em acreditar que algum dia não teremos um monólogo  Já não é esperança, nem desejo ou saudade É angústia da minha incapacidade De ser e ter o horizonte raiado pelo sol Mas, como tantas outras vezes, volto a ti A algo que já foi e não devia ter fim Que me elucides, esclareças, me orientes Raio de amarra que me prende e teima em não soltar Estar aqui, como outras tantas vezes, à espera de ti

Amante sem Par

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Photo by Noah Silliman on Unsplash Visão cerrada no turvo nevoeiro, que entre o denso esconde o amor verdadeiro. O esforço do bracejar não aclara o ar, nem o caminhar faz encontrar seu par. Em ruas e vielas de acelerada ansiedade, de rodopiar confuso e estonteante Uma corrida ou salto não distrai a multidão do isolado acto de busca incessante. Por mais esforço e livre sentimento, nada acalma vil aneurisma do pensamento. - Que um dia tudo termina, em riso pouco marcado, em diálogo isolado. Desassossego sem par é alimento mortal, é amargura constante. E vai corrompendo cada órgão vital Que esta ansiedade não deixa encontrar seu par. 

Anacrónico ou Monocórdico?

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Photo by Michael Dziedzic on Unsplash Haverá pessoas que um som não é muito Um som, uma só melodia não basta É essa a força do seu movimento O que os faz distintos de toda a casta Depois deambulam por aí os outros Os que cinicamente se situam Que nem vão, nem ficam São os que ouvem o som dos outros Os anacrónicos têm algo que é seu Tecem renovadas melodias Numa branda brisa até ao céu Em alegres e letradas orgias Os outros, de comum hábito Caminham de monocórdica passada Presos no banal atrito de vida tão forçada A distinção é entre o movimento e o silêncio do sossego, Entre o livre atrevido Ou o que deseja ser bento

O Trilho para Caminhar

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  Fiquei a contemplar o firmamento,  O oposto do vasto horizonte azul Matizes de verde, castanho e cinzento Sem saber distinguir o norte e sul Alheado no cicloópico monte Pus-me a imaginar o enigmático trilho Os desafios que tenho pela frente Quantos tenho para encontrar esse rosado brilho Desconfio que nem seja perto ou distante O monte ofusca tanta concepção Não sei o sentido, nem quadrante Mas nem assim abro mão Mesmo que escorregue ou tropece No Trilho coloco-me de novo Pois o quente rosado me robustece Só por ele eu me renovo