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A mostrar mensagens de outubro, 2021

Filhas...

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Criança minha, ar que eu respiro, meu espaço, amarras do meu amanhã Liberta-te, expande-te, sai desse retiro Não temas, tu és a corajosa titã Ladrilho a ladrilho que seja percorrido Acredita! Que descalça não irás,  nem de mão desocupada, nem ausente de apelido...  Confia no teu reflexo, no teu sorriso sem mentiras Confia no teu caminho, no objetivo destemido Tens aqui um escudo, soldado da tua trincheira  Não temas, criança minha, valente sonhadora  Acredita, terás caminho protegido Terás sempre à frente arma corajosa Na retaguarda força vigorosa Criança minha, meu espaço, calor no Inverno De cabeça erguida, não haverá besta maliciosa Nem ave negra invejosa

Discurso para a minha Consciência

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Qualquer dia já não há amor! Se não tivermos discernimento,  perdemos o sentimento,  arrastamos connosco uma forte dor.  Havemos de acordar no Apocalipse,  numa terra sem natureza,  se assim continuarmos sem delicadeza.  Havemos de morrer incompletos,  mas antes mataremos o mundo.  Será que temos consciência de como somos obsoletos? Será que nos apercebemos o quanto estamos no fundo? Senhoras e Senhores, será que nos basta um discurso folgaz,  de político convencido, de pensador sagaz? Mais precisamos, de acção, de momentos precursores Perdermos o amor, o sentimento e aceitarmos a dor,  não construiremos, nem tão pouco salvamos o que outros tantos construíram com ardor,  destruíremos as árvores e os verdes ramos.  Nada nos vale ficarmos assustados,  quietos ou até calados.  Somos milhões que existimos e tanto uns dos outros precisamos.  Sim, acredito no respeito e amor,  na originalidade,  no desejo e no ser defensor,  na pessoa que sinta cumplicidade. É isto que valeremos, que seremos

Outono dos Amantes

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  Entrospectivo Do espectro emotivo Do dia nebuloso Da noite serena Chuvosa O Outono do agasalho Do coberto remendado O crepitar da chama Silêncio abafado Pelo grito de quem ama Agarrados ao tórrido chocolate Olhar sem combate Ouvir, emergir, sentir A gota de chuva mansinha O vento que vem despir Um desejo que se advinha Agora, Noite de Outono, de nova hora Dois amantes sem dono Entrospectivo Emotivo

O Amor de Coimbra

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  Fonte: http://www.portugalnotavel.com/torre-da-universidade-de-coimbra/ Sentei-me no Penedo da Saudade Olhei para a "Lua de Prata"  Sentinela da paixão, inspiradora de vivacidade Com o desejo de uma serenata Dedilhei a coimbrã guitarra Fiz esvoaçar melodia de uma balada Caminhando pela Sé Velha Anseio por te encantar à janela Sou um "humilde trovador"  De "capa negra" traçada Aguardo-te na Porta Férrea Serei o teu romântico prosador Não me irrito com a "cabra"  Com o sino de 15 minutos atrasado O que me mantém desperto Que faz aclarar meu caminhar na calçada Subo o Quebra Costas, deslumbro-te à janela Tu, minha "bela donzela"  Para ti canto a serena balada A doce melodia delicada

Quando o Vampiro me sugar as capacidades

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Bela Lugosi as Drácula - https://cinemaclassico.com/listas/10-fatos-sobre-bela-lugosi/ O dia que eu deixar de sentir Quando do poema desistir Aprisiona-me em sete palmos de terra Mesmo de olhos abertos Já não combaterei mais alguma guerra Serei besta errante e delirante,  pior que Belzebu Ser intragável e abominável Serei algo intratável Se um dia deixar de sentir Já não sou de ninguém Pertencerei ao cornudo do Além  Serei vil bastardo Otário retardado O dia que eu deixar de sentir Não poderei ser mais amado,  nem ente desejado Serei parte restante De algo que já foi e amou E na incerteza rejeitou No dia que deixar de sentir Nem serei digno de mim Não serei homem para sorrir Serei a doença mais ruim Não insistas em me cuidar Já não serei capaz de amar Não serei quem já fui Serei acre pús que da ferida flui

Não sei como me sinto

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Hoje não sei como me sinto Não me apetece sorrir Nem chorar Não quero caminhar Nem estar parado Quero ficar calado E quero falar Quero olhar E estar de olhos cerrados Quero soltar amarras E ser prisioneiro Quero dar o salto Ou então ficar quieto Não sei como me sinto Se escreva Ou rasgue o papel Se me alimente Ou jejue a minha alma Se acelero o batimento Ou mantenho a calma Se carrego o meu peso Ou liberto a mala Hoje não sei como me sinto Não sei se serei ser presente Ou a entidade ausente Não sei se sou quem te abrace Ou aquele que te liberta Se sou aquele que te anima Ou quem te irrita

Perder o Verbo

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  Começou por ser um risco Um simples rabisco Uma letra imperceptível Em forma de pingo de mel Juntou-se mais uma letra Riscada por caneta convencida E, de repente, como um penetra Saiu uma palavra desprotegida Rasgada de incerteza Ansiosa por um predicado Que não mostrasse fraqueza Ficou à espera, com algum cuidado E agora? Lamentou... Que a tinta acabou Com o papel rasgado Sem Verbo completado Palavra sozinha, Sem sentido Amargurada por ter perdido O Verbo para outra linha

Cair da folha, Rebentar da folha

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Reúne-se tudo à minha volta Com um espasmo de alívio Com um desejo sentido Mas um sopro de momento basta Ficar só numa nudez desconfortante Desconcertante, desafiante Abandonar de vez o que tudo trazia à minha volta Deixar fugir a cor que animava A cor que tanto desafiava Com uns pingos convencidos E cópia de outros repetidos Uns fogem Outros não vêem E outros se escondem Já ninguém me quer Mas numa luta abismal Entre o breu e o raio dourado celestial O azul profundo aparece Como um abraço quente que enrijece De novo o verde aparece E tudo à volta torna a reunir Para voltar a sentir, sorrir e compartir