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A mostrar mensagens de agosto, 2022

Tardo em...

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Tenho dias que me distraem encobertos sob névoa anestesiante que mitiga todos os sentidos e na bruma ficam diluídos cada vez mais constante A arte lograda da palavra sentida na ocorrência constante em que treme a mão escorraça a certeza para a dúvida e este espaço é só mais um breu com todas as palavras perdidas em borrão Outros dia aquele de muito curto instante só quando o vento forte bafeja são arrepio constante e a caligrafia baila em elaborada coreografia Nesses dias ordeno aos sentidos que não é enxovalho sentir e deixar este corpo exprimir em gritos, choros, sorrisos ou mimos esperando que outros dias sejam idos E sem aviltar o que tenho para dizer na abundância da fina força que aparece, desaparece, e torna aparecer no esconso mais refundido da expectativa Ainda não estou para morrer!

Fogo

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Não passo de um animal Cabresto de um raio cintilante de arbustos floridos arvoredos e prados coloridos Rapo tudo! Cores divertidas de urzes E as rochas que tocam o céu Salto, desfaço, corro e atravesso Não arrefeço na noite da Serra E rapo tudo o que tenho pela frente. Matos, cascalheiras e turfeiras E tudo não me basta Sou cabresto de um raio da mão amaldiçoada Atormento lobos e o gado descansado.  O carvalho de negral dei-lhe razão as bétulas de igual modo ficarão De vermelho incandescente afungentei os homens e mulheres, crianças amedrontei Sou esse animal  mal encarado sem querer saber o cabresto incandescente Sopro ventos e tormentos. 

Um Copo de Gin

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É de corpo cravejado desejos pesados Amálgama de confusão Um hiperactivo reboliço Embrulhado sem guarda suficiente e a alma desprotegida desguarnecida Como outros dias perdida na ilusão de um feitiço o sonho sufocado Cansado d'este estio calor que faz despertar irritadiço dilui o efeito analgésico Preso sem percursos alongados a vespertina vontade de um gin feito espantalho no meio de olores de alecrim Sentidos perdidos a visão que vagueia desacompanhada e refrescada a traqueia Eliminado o reboliço do pensamento arrodilhado em inebriado momento todo o feitiço até então desejado desaparecido Mente de novo adormecida Mais um copo de gin e termina o sonho de uma vida

Silêncio, Ruído, Sossego, Euforia

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Photo by Jessica Furtney on Unsplash O silêncio não cala nem o rio lento sereno tem a força de uma mordaça para silenciar o tormento, o impulso que domina a alma. O ruído não anima nem o mar apressado revoltado tem o som suficiente para parar e terminar a inquietude de pensar que doce é o beijo então dado. O sossego não acalma nem a cela de clausura, espaço entroncado de nenhuma liberdade, consegue que a vontade fique segura de lutar contra a saudade. A euforia não inebria no meio da psicadélica discoteca com tanto estético movimento não espanta no passo de dança tudo o que alonga a distância.

Inacabado

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Anota-se na mente rendilhados desejos

Santo em Casa, ...

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Photo by Alessio Zaccaria on Unsplash O livre Santo de face angelical vestes imaculadas engomadas por mãos de serviçal que faz com um sorriso banal Santo que quer ser mimado não usado em casa facilita na rua é agitado e com outros Santos cogita o desejo de seu membro habilitado À noite de um raio alcoólico criado qual anjo qual beto mimado fera sedenta para montar é ser lascivo apocalíptico Santo enganador violento, convencido que o vigor da paixão é satisfazer o seu membro rígido.