Fogo
Não passo de um animal
Cabresto de um raio
cintilante de arbustos floridos
arvoredos e prados coloridos
Rapo tudo!
Cores divertidas de urzes
E as rochas que tocam o céu
Salto, desfaço, corro e atravesso
Não arrefeço na noite da Serra
E rapo tudo o que tenho pela frente.
Matos, cascalheiras e turfeiras
E tudo não me basta
Sou cabresto de um raio
da mão amaldiçoada
Atormento lobos e o gado descansado.
O carvalho de negral dei-lhe razão
as bétulas de igual modo ficarão
De vermelho incandescente afungentei
os homens e mulheres, crianças amedrontei
Sou esse animal
mal encarado sem querer saber
o cabresto incandescente
Sopro ventos e tormentos.
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