Funeral do Inverno
Foto: Nuno Laginhas |
Dobram os sinos
Morreste!
Capado em teu mau feitio
odes ao negro e teu sobrenatural
num instante riso envergonhado
e um longo choro irritante
que derramas em calçadas
sobre vultos em luto
Morreste!
Deixa-nos agora cantar e dançar
em rituais de fertilidade
guardar o nosso luto
e, agora sim, viver
sair da clausura que provocaste
em passos menos apressados
que ao teu funeral vais sozinho
É uma bênção
os apaixonados envolvem-se
descobrem-se peles
intriga-se silhuetas sob leves sedas
só porque tu morreste
e nos dás de novo esperança
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