Tardo em...



Tenho dias que me distraem
encobertos sob névoa anestesiante
que mitiga todos os sentidos
e na bruma ficam diluídos
cada vez mais constante

A arte lograda da palavra sentida
na ocorrência constante em que treme a mão
escorraça a certeza para a dúvida
e este espaço é só mais um breu
com todas as palavras perdidas em borrão

Outros dia
aquele de muito curto instante
só quando o vento forte bafeja
são arrepio constante
e a caligrafia baila em elaborada coreografia

Nesses dias ordeno aos sentidos
que não é enxovalho sentir
e deixar este corpo exprimir
em gritos, choros, sorrisos ou mimos
esperando que outros dias sejam idos

E sem aviltar o que tenho para dizer
na abundância da fina força
que aparece, desaparece, e torna aparecer
no esconso mais refundido da expectativa
Ainda não estou para morrer!

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