Um Copo de Gin



É de corpo cravejado
desejos pesados
Amálgama de confusão
Um hiperactivo reboliço
Embrulhado
sem guarda suficiente
e a alma desprotegida
desguarnecida
Como outros dias perdida na ilusão
de um feitiço
o sonho sufocado
Cansado
d'este estio calor
que faz despertar irritadiço
dilui o efeito analgésico
Preso
sem percursos alongados
a vespertina vontade de um gin
feito espantalho
no meio de olores de alecrim
Sentidos perdidos
a visão que vagueia
desacompanhada
e refrescada a traqueia
Eliminado o reboliço do pensamento
arrodilhado
em inebriado momento
todo o feitiço até então desejado
desaparecido
Mente de novo adormecida
Mais um copo de gin
e termina o sonho de uma vida

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