O Tempo que Esgota o Momento

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Aquele momento em que tocamos no interruptor
Acto breve e simples em que se extingue a luz
E os espaços tornam-se em sossego para uma dor
Só então se apercebe que breve foi o dia
Quando as horas se diluíram em segundos
E o tempo que era tanto afinal não bastou
Usurpa-se, então, os momentos que não controlamos
Em que o tempo, sem se entender, é de sua vontade
Esse tempo que nos foge e que ele mesmo afugentou
Esse tempo que faltou, que iludiu
Que nos deixou embalado pelo gesto suave
Um sorriso genuíno e um beijo quente
E ficamos aí, detidos, nessa inebriante vontade
Sem nos apercebermos que o tempo, esse maldito
De sua vontade, incontrolado, esgotava
Então, faltou tempo!
Que agora tanto sobra, que desliga, em acto automático
A luz e carrega a dor do sossego
O tempo que devia ter sido basto
E não só aquele instante momento
O bastardo que não regressa
Mas que se apressa
Sem dó, trazer na memória esse breve tempo
Em acto cruel que nos torna fieis em esperança vã
A querer ter esse novo o tempo


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